Nada de anormal, portanto. Um cão ferrou o Homem, como se diz na Beira Litoral.
Ficou a rosnar, no meio de outros cães que lhe imitaram os latidos, farejando o sangue por entre as silvas e dizendo, todos no seu ladrar, que o faziam por uma questão de princípios caninos.
A gaivota quase cega, que por vezes atravessa o rio direita a São Domingos, engoliu à socapa o dente de ouro que o animal ferrador perdeu na refrega e, cuspindo sangue, apressou-se a guardar o agreste cinismo, ainda aceso, no bolso da gravata vermelha. Foi num ápice, mas quando meteu a mão lá dentro, mordeu-lhe o étimo grego, kynós.
Qui vida dji cão, sinhô Fêrnando-Augusto!
Isabel Duarte
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